Fiz o curso a distância... e o mercado aceita?
Por Celso Roberti
Estava conversando com estudantes do terceiro ano do ensino médio em Foz do Iguaçu quando surgiu essa pergunta: o mercado aceita a modalidade a distância?
Lógico que a pergunta surgiu por haver precedente, e é bom falarmos um pouco sobre o assunto. Citando um órgão público, a prefeitura de São Paulo havia colocado restrições à aceitação desta modalidade nos concursos para funções de magistério, o que foi derrubado por liminar no final do ano passado e em definitivo em maio deste ano numa ação movida pela promotoria do patrimônio público e social da capital.
Dentre diversos pontos básicos e bem delineados na sentença do juiz Marcos de Lima Porta, vale ressaltar o seguinte: “diante da regulamentação federal, os diplomas de cursos superiores a distância, emitido por instituições de educação superior devidamente credenciadas pelo MEC para esta modalidade, estão amparados pela lei e não se distinguem de diplomas de cursos presenciais”.
EAD em concurso público
Em outro movimento, conduzido pela SEED, Secretaria de Educação a Distância vinculada ao MEC, a Justiça Federal suspendeu uma resolução do Conselho Federal de Biologia que revogava o direito ao registro de estudantes formados em cursos a distância. O texto da decisão, da juíza federal Maria Cecília de Marco Rocha, afirma que é função do MEC reconhecer e fiscalizar a qualidade dos cursos superiores e que não deve haver diferença entre as modalidades de ensino.
Ou seja, sob o aspecto legal, cada vez mais se derrubam os cercos e mitos a respeito da EAD (educação a Distância). Mas, sem dúvida, essa abordagem “legal” pode ser adotada quando falamos de um concurso público. Mas, e a iniciativa privada? É difícil falarmos em termos quantitativos. Afinal não há uma pesquisa como referência para isso, mas, em sua maioria, as empresas estão preocupadas com a instituição em que você se formou e como você tem feito para dar continuidade a sua formação. Afinal, teoricamente, em um currículo, nem haveria a necessidade de constar a modalidade, presencial ou a distância, dado que as duas são equivalentes, correto?
Características do aluno de EAD
Mas podemos encontrar alguma dúvida e aqui vale ressaltar alguns pontos da formação a distância que são extremamente valorizados em um ambiente corporativo.
Em primeiro lugar, um curso a distância exige disciplina e forte dose de planejamento. Sem isso um aluno não conseguirá atingir os objetivos propostos no curso. Precisará sempre pensar a frente e determinar como irá dividir sua semana para atender às demandas.
Autonomia! Outro ponto forte da EAD. Sem dúvida, há um professor sempre acompanhando uma turma, mas o principal condutor desta jornada é o próprio aluno. Enquanto em uma sala de aula uma dúvida pode ser identificada no olhar, o “levantar a mão virtual” está nas mãos do estudante.
Pesquisa e relacionamento no mundo virtual. Afinal, se eu monto meus horários e minha “sala de aula”, tenho que ter a capacidade de navegar bem nesse mundo e, principalmente, conseguir trabalhar em equipe sem necessariamente o contato presencial.
Em resumo, um curso a distância irá formar um profissional que sabe gerenciar seu tempo, entende o conceito de metas, é capaz de executar tarefas sozinho e tem habilidade para se relacionar com pares usando das facilidades da Internet, montando equipes “globais”... qual empresa não gostaria de uma pessoa assim ? = )
Celso Roberti
Celso trabalha com EAD (educação a distância) há dez anos. Matemático de formação e inquieto por natureza, já passou por empresas de tecnologia e educação.
Site: www.logiko.com.br
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